Quando tivemos a grata oportunidade de efetuar um estudo sobre quatro obras de Oscar Pereira da Silva pertencentes à Igreja de Nossa Senhora da Consolação em São Paulo, um dos caminhos escolhidos, dentre outras tantas fontes de pesquisa do mesmo modo empregadas, foi a busca pela história deste templo e do pintor em material publicado pela imprensa.
Foi pesquisado, então, todo o acervo pertinente à matéria, utilizando-se as palavras-chaves “Igreja da Consolação” e “Oscar Pereira da Silva”, publicado no jornal O Estado de S. Paulo desde 1890 até 2010.
Tratou-se de uma pesquisa muitíssimo interessante, aliás como todas as buscas costumam ser, dado que além de dados pertinentes sobre o tema que nos dizia respeito, pudemos também saber mais sobre a história de nossa própria cidade, como da mesma forma conhecer acerca de personalidades como por exemplo o Monsenhor Bastos, sobre o qual Salomão Jorge escreve, para O Estado de S. Paulo de 12 de setembro de 1982, página 58, e narra que “em 1921, encontrou a Igreja da Consolação apenas com o telhado, as paredes nuas, o piso de tijolo e uma dívida de mil contos de réis, quantia astronômica naquela época. Cada dia, os credores procuravam o Fórum da Capital com várias ações executivas. Mas Deus não abandonou o Bom Pastor. Pôs-lhe no caminho almas solidárias, que vieram ajuda-lo a vencer os obstáculos: Monsenhor Alberto Pequeno, o Cel. Bento José de Carvalho, o Dr. José Carlos de Macedo Soares. E a Igreja, liberta do ônus esmagador, viu a sua construção terminada. E Monsenhor Bastos, como que para compensar os dias amargos vividos pela Santa Igreja da Consolação, ornou-a de painéis de grande valor artístico, assinados por Benedito Calixto, Oscar Pereira da Silva, Edmundo Gagni. E Hans Bauer, embelezou-a com seus afrescos, o da Assunção de Nossa Senhora e o da Assunção da Virgem. Este último também foi o decorador da Prefeitura de São Francisco da Califórnia. De Paris veio o altar-mor, e da Alemanha o grande órgão”.
Por último, sobre Oscar Pereira da Silva são inúmeras as matérias, principalmente sobre exposições, salões e premiações, visto que produziu largamente durante toda a sua vida. Há, inclusive, na Pinacoteca do Estado, a obra “Nu inacabado”, de 1939, que como o próprio título descreve não foi finalizada, já que o artista faleceu neste mesmo ano. Do jornal, extraímos então duas publicações: seu obituário que dá um resumo de sua vida e principais realizações e outra que liga a obra do artista à Igreja da Consolação.
Assim, cumprindo com o que acreditamos ser talvez uma das mais significativas missões do conservador-restaurador, que não é somente um cuidador da matéria, mas muito mais um eterno preocupado em preservar a história, esforçando-se, ao final, para que esta se torne conhecida a fim de elucidar alguns porquês do presente na busca de um futuro inédito quanto aos erros cometidos, constituindo-se este, pois, somente de reprise daquilo que acertamos, decidimos dividir e contar a história deste templo emblemático para a nossa cidade através de trechos coletados em nosso trabalho de pesquisa.
Seguem-se alguns dos recortes de jornal pesquisados.
Da ermida de taipa ao templo
As tentativas de restauração
Oscar Pereira da Silva