Aldo Bonadei

"(...) desenhista, pintor e gravador. O crítico Jacob Klintowitz comenta: ‘A filiação espiritual a Cézanne, permitiu que Bonadei se transformasse num artista consciente e maduro. Ainda que, seguidamente, Bonadei abordasse a abstração, ele, como tantos paulistas, ficou fiel à figuração. Mas ninguém teve, como ele, a preocupação e o sentimento da paisagem urbana, da cidade que se desenvolvia em planos, do nascimento e da vida da cidade, da nostalgia dos telhados e da atmosfera que desaparecia. E ninguém teve, como ele, a consciência do novo. Bonadei foi um elo, um ser no meio de um caminho, um artista que serviu de ponte entre a tradição, o modernismo incipiente e as novas idéias’. Sobre Bonadei manter-se sempre entre o limiar do figurativo, mas trazendo também uma certa estrutura geométrica, Lourival Gomes Machado polemiza: ‘Se um abstracionista ortodoxo quiser afirmar que não há na pintura de Bonadei abstração propriamente dita, também estamos no direito de assegurar que não é ele um figurativo. Os seres que compõe, os solos que pinta, as folhas que colore são entes de pura pintura. Como de pura pintura é o espaço que sentimos em seus quadros, sempre se organizando na superfície da tela’. Roberto Pontual define: ‘O que caracteriza, fundamentalmente a obra de Bonadei, é, no entanto, como em toda a demanda lírica, uma vontade de reorganizar o mundo real’. E Mario Schenberg escreve em 1978: ‘A riqueza da obra paisagística de Bonadei é das mais surpreendentes em nossa arte (…) Pintou montanhas, campos, arvoredos, praias e o mar, dando vazão a toda sua ânsia de expansão cósmica e de reencontro com a Natureza, que ecoa tão profundamente no sentimento contemporâneo.'”(Fonte: LOUZADA, Júlio. Artes Plásticas Brasil – seu mercado – seus leilões. Editora Inter/Arte/Brasil, Primeira Ed., 2000, V. 12, p. 55)