Túlio Mugnaini

Pintor e desenhista. “Chamado de poeta lírico das cores bonitas por Tarsila do Amaral, Túlio Mugnaini sempre foi muito incentivado pelo pai, pintor e decorador, a prosseguir na carreira artística. Ainda jovem estudou em Filadelfo Simi, em Florença, pintando, na ocasião, várias paisagens dos arredores da cidade. Para sustentar-se, enviava regularmente suas pinturas ao pai, que as vendia em exposições organizadas em São Paulo. De outra feita, conseguiu pensão do Governo do Estado e foi estudar em Paris. Seus quadros deixam transparecer grande simplicidade, especialmente nas paisagens do sul da França e da Córsega; o colorido é velado, mas rico em contrastes. De volta ao Brasil, Túlio recebe críticas, como todos os bolsistas, pelas cores claras, pelos processos franceses assimilados e pelas lições do impressionismo europeu, com sua falta de maior rigor na composição e no equilíbrio. Hoje, sua pintura é considerada de fácil leitura e compreensão, pela naturalidade com que sempre apresentou seus temas. Os temas reproduzem as casas caipiras de telhados encurvados, iluminados por um sol forte, quintais, casebres encarapitados em morros, fazendas e casas coloniais. Deixou também excelentes nus e pinturas de flores. Foi diretor da Pinacoteca do Estado por vinte anos e colaborou em jornais e revistas escrevendo a biografia de vários artistas paulistas. (texto baseado no catálogo de apresentação do acervo artístico-cultural dos Palácios do Governo/SP)” (LOUZADA, 1992: 724)